“Gusanos”
(vermes) é como são chamados os contra-revolucionários cubanos, o que é quase
uma ofensa àqueles invertebrados que tem importante função social na escala
biológica, ajudando na decomposição dos corpos e na formação de húmus. Os
gusanos cubanos e os gusanos de todos os lugares (inclusive os gusanos
brasileiros) não auxiliam em nada a sua sociedade, embora façam o possível para
decompô-la. No Brasil, encontramos gusanos por toda parte, basta sair à rua.
São reconhecidos pelo hábito ancestral de se apoiarem nos corruptilianos,
também conhecidos como corruptilex ou malandrilianos, uma raça de mordedores
platelmintes que se alimenta do sangue de todos nós em todas as épocas e todos
os momentos, e não só, conforme é veiculado erroneamente pela mídia burlesca e
vermilonga, nos dias de carnaval.
São tantos que quase nos acostumamos a
eles e apesar dos protestos e outros remédios igualmente ineficazes tendem a
crescer vorazmente a cada dois anos e até em bem menor período, causando a
peste scandalírio brasiliensis que provoca um pânico moderado a cada dois ou
três dias, aliviada por jogos de futebol intermitentes.
É próprio dos gusanos o reunir-se em
grandes casas, onde ficam por horas a urdir tramas vampirescas e discursar para
dessangrados microfones e câmeras sobre a sua inata capacidade de limpeza dos
corpos e cofres públicos, o que fazem com muita vocação artística. É dito,
muitas vezes, que aos gusanos pertence o poder vermiliforme de encantar multidões
e apatetar pessoas, o que é verificado em dias de eleições pelos milhões de
patéticos votos virtuais que lhes são dados por crentes e fiéis com o objetivo
de mantê-los confinados naquelas casas gigantescas, jogados em divãs, a beber
sangue em canudinho, ocasiões em que, depois de embriagados, cometem os
célebres diálogos que tanto embevecem a nação peripatética.
Raramente, e para geral surpresa,
gusanos demasiado gordos são processados pelos mais magros e até, se não
souberem usar com inteligência a sua gordura excessiva, correm o risco de ser
encarcerados em lugares especiais, onde fazem um obrigatório regime de
emagrecimento aliado a severo exame de consciência, e isso agrada aos votantes
diminuindo a incidência de scandalírio brasiliensis por alguns minutos.
São tantos os gusanos, tantos, neste país
que já não mais nos engana, que ficou grotesco, ridículo, demasiado o fato de
ter vindo aportar em praias da Bahia a súplice assumida gusana Yoani Sánchez.
Teria como objetivo dar lições de gusanice afogueada não só aos
baianos como, inclusive, a cariocas acostumados à malandrilite, a paulistas
viciados em vermífugos, gaúchos comedores de transgênicos, mineiros acostumados
a silenciosas mineirices e outros povos destes brasis anestesiados.
Tamanha foi a surpresa causada pela
presença da invertebrada visitante que, à sua chegada, muitos foram os
protestos. Protestaram os apoiadores de gusanos, protestaram os que já não
apoiam mais gusanos, protestaram os que desconfiam dos gusanos oficialescos e
até protestaram os que não gostam de gusanos. Um protesto contido quase à força
da quase força dos gusanos fardados. Mais protestos são esperados até que a
rainha dos gusanos vá embora. Depois, os protestantes silenciarão, cansados,
ante as goliardices costumeiras dos gusanos da terra. Ou não – como diria o
baiano Caetano.
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