segunda-feira, 16 de setembro de 2013

SUPREMA PALHAÇADA


                     "...Yo que me encontro tan lejos
                      Esperando una notícia
                      Me viene a decir la carta
                      Que en mi patria no hay justicia..."

                         ("La Carta" - Violeta Parra)


Como diz José Ferreira Neto, comentarista de futebol da Bandeirantes: “É brincadeira!”. Ou palhaçada. O Supremo Tribunal Federal está a um passo de ser considerado o tribunal mais inconfiável e suspeito do país - pelo povo que não conhece nada de embargos infringentes, mas sabe o que é roubalheira, porque ele é quem está sendo roubado.

   Ou foi roubado pelos ilustres réus que serão absolvidos no novo e risível “julgamento” do mensalão graças à nomeação de dois novos ministros pela Dilma: Teori Zavasck e Luis Roberto Barroso. Foram colocados no STF em substituição a César Peluso e Carlos Ayres Britto - que participaram do julgamento e condenaram grande parte dos réus e foram aposentados compulsoriamente após completarem 70 anos.

   Os dois novos ministros já revelaram tendências idênticas às de Dias Toffoli e Lewandowski: são amigos do poder e desejam que pessoas como José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoíno sejam absolvidos ou tenham suas penas reduzidas para regime semi-aberto, que é uma invenção jurídica para deixar livre condenados influentes.

   O novo julgamento será uma suprema palhaçada, o Supremo será alvo de chacotas e o Congresso Nacional, onde se reúne grande parte dos corruptos brasileiros, se sentirá aliviado porque não será mais o Legislativo o alvo dos movimentos populares, mas o Judiciário. Ninguém mais acreditará na Justiça – aquela senhora cega que carrega uma balança viciada em uma das mãos e uma espada que só corta de um lado na outra.

   Muito menos em seus representantes. Sempre que houver um novo julgamento que atraia a atenção popular perguntarão de que lado estará o juiz, ou os juízes, porque será voz corrente que eles, os doutores da Lei, atendem, em primeiro lugar a interesses políticos que nada tem a ver com a esfarrapada Justiça.

   A quarta-feira, 18 de agosto de 2013, poderá ser o marco inicial da total desconfiança na Justiça brasileira e o início da pior das ditaduras: a ditadura do Judiciário. E o povo passará definitivamente a acreditar somente na lei pelas próprias mãos, porque não haverá mais lei neste Brasil de corruptos e vendidos.

Um comentário:

  1. "Suprema Palhaçada" é título ideal para a matéria sobre a votação dos tais embargos infringentes. Muito boa e muito à propósito. Parabéns!

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