sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

ERDOGAN E SEUS TERRORISTAS AMESTRADOS




A palavra Erdogan parece nome de remédio para candidatos a mafiosos. “Tome um Erdogan após o almoço e outro depois do jantar e será visitado em breve pelo capo di tutti capi que lhe fará propostas capciosas.” Alguns o chamam de Cerdogan, outros de Erdogangster. Erdogan é o sobrenome do presidente da Turquia, também conhecido como Recep Tayyip. Na verdade, é um ditador. Tem o controle do Legislativo, do Judiciário, da polícia e do exército e manda prender quem quer e quando quer. Já prendeu até um adolescente de 16 anos, que o chamou de corrupto e ladrão. 

  Quando prefeito de Istambul, Erdogan foi condenado e sentenciado a 10 meses de cadeia por citar a seguinte estrofe de um poema religioso: “As mesquitas são nossos quartéis, as cúpulas nossos capacetes, os minaretes nossas baionetas e os crentes nossos soldados”. Foi solto quatro meses depois para fundar o Partido da Virtude (Fazilet Partisi, FP), de tendência islâmica e que foi dissolvido em 2001. No mesmo ano, Erdogan criou outro partido de direita, com aparência conservadora – o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, sigla em turco), que tinha como principal proposta ingressar na União Européia. 

  A Turquia, que esteve sob uma ditadura militar desde o golpe de 1980, atravessava um período de aparente redemocratização, e muitos acreditam que Erdogan foi cooptado pelos serviços secretos ocidentais a partir de 2001, quando se revelou um líder que poderia atrair e unir tanto os muçulmanos quanto os defensores de um estado laico. Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha – a cúpula da OTAN - previram que Erdogan era uma pessoa que, em futuro próximo, serviria aos seus interesses no Oriente Médio, e apostaram na sua carreira política. 

  Com muito dinheiro, “não se sabe de onde”, em 2002, o partido de Erdogan venceu amplamente as eleições legislativas e designou como primeiro-ministro a Abdulah Gül, um dos fundadores do AKP e considerado lugar-tenente de Erdogan. O primeiro ato de Gül foi visitar a Europa e os Estados Unidos para prestar obediência e receber ordens. Em 2003, Gül, apresentou a sua demissão como primeiro-ministro, cargo que foi entregue a Erdogan. 

  Erdogan defendeu a cooperação militar com os Estados Unidos e em 20 de março de 2003, poucas horas depois de iniciada a invasão do Iraque, a Assembléia Nacional da Turquia, dominada pelo partido de Erdogan, aprovou por ampla maioria uma resolução que permitia às tropas norte-americanas usar a base aérea de Incirlik para bombardear o país vizinho. 

   De 2003 a 2014, Erdogan foi primeiro-ministro. Em 2014, foi eleito presidente da Turquia. No dia 29 de junho de 2014 o Estado Islâmico (DAESH em árabe) anunciou a criação de um califado com o objetivo de dominar todas as populações muçulmanas. Imediatamente, os Estados Unidos organizaram uma coalizão “contra” o Estado Islâmico. Ficou comprovado depois que a coalizão norte-americana é uma força de apoio à organização terrorista, e o seu principal objetivo sempre foi o de combater o exército sírio e, de quebra, o exército do Iraque. Amparado pela coalizão, o Estado Islâmico cresceu tanto que, em 2015, o governo sírio pediu a ajuda da Rússia. 

   Em 30 de setembro de 2015, a Rússia entrou na guerra com as suas Forças Aeroespaciais, que passaram a bombardear os exércitos de mercenários patrocinados pelo Ocidente, por Israel, pela Arábia Saudita, pelo Qatar e principalmente pela Turquia. Foi um golpe nos planos dos Estados Unidos e da OTAN, que optaram por usar a Turquia como ponta-de-lança contra a Síria e a Rússia. 

   Em quatro meses, a Rússia conseguiu reverter a situação da guerra civil na Síria. Graças à Rússia, o exército sírio foi reestruturado e passou à ofensiva contra os exércitos mercenários travestidos de islamismo. A vitória total é uma questão de tempo. Se a OTAN, Israel e os Estados Unidos deixarem, o que ninguém acredita.  

    Graças à intervenção russa, foi descoberto um dos motivos que leva a OTAN a defender os exércitos de terroristas mercenários: o escancarado roubo de petróleo. É tanto o petróleo roubado da Síria e do Iraque que, em 2015, os preços do óleo cru despencaram, afetando a economia de diversos países, inclusive a Rússia. Centenas de caminhões-tanque saíam da Turquia e cruzavam impunemente o território sírio para saquear petróleo em jazidas controladas pelos terroristas do Estado Islâmico, Frente al-Nusra e até de organizações que posavam como “moderadas” e patrióticas, como o Exército Livre da Síria (ELS). E por trás de tudo isso estava Erdogan e sua família. 

   Bilal Erdogan, filho do presidente, é o responsável por exportar o petróleo roubado através da sua companhia marítima, a BMZ Ltda. Uma das filhas do presidente Erdogan, Sumeyy Erdogan, construiu um hospital para os mercenários terroristas feridos em combate, na cidade de Sanliurfa, onde funciona um campo de treinamento secreto da al-Qaeda. Os feridos são transportados pelo MIT (serviço secreto da Turquia) em veículos militares turcos. Sumeyy Erdogan é a responsável pela seção de Relações Internacionais do AKP, o partido de Erdogan. 

    Açulado pelos Estados Unidos, que deseja provocar uma guerra por procuração contra a Rússia, Erdogan mandou derrubar um caça russo Su-24, que voltava desarmado de uma missão. A Turquia alegou que o avião teria invadido por alguns minutos o seu espaço aéreo, a Rússia apresentou provas do contrário, afirmando que, como de hábito, o governo turco mente. Um dos pilotos do Su-24, que conseguiu ejetar-se da aeronave atingida foi assassinado friamente por militantes turcomanos. O outro foi resgatado por forças do Hezbollah. A Turquia não conseguiu a sua guerra com a Rússia, que preferiu isolar o espaço aéreo da Síria com mísseis S-400. 

   Ato-contínuo, a Rússia aumentou os bombardeios sobre os exércitos de mercenários, pondo em ação os bombardeiros Tupolev e, por último, destacou quatro caças Sukhoi Su-35S, de última geração, para testá-los contra os mercenários e, quem sabe, se necessário, contra os turcos. Enquanto isto, o exército sírio avança, desalojando os mercenários das principais regiões da Síria, como Alepo, Idlib, Homs e Damasco.  

   Em Alepo, os sírios conseguiram reconquistar cidades e vilarejos que estavam cercadas pelos exércitos terroristas há quase quatro anos, como Nubbul e Al Zahra, libertando mais de 60.000 civis e cortando as principais vias de abastecimentos dos milicianos, de maneira que eles não podem receber armas e munições desde a Turquia, ao norte de Alepo. Os caminhões-tanque que levavam o petróleo roubado da Síria para a Turquia foram devidamente bombardeados pelas forças aéreas da Síria e da Rússia e o próximo avanço do exército sírio prevê o fechamento da fronteira com a Turquia, o que fará com que todas as rotas de ligação com a Turquia sejam cortadas. 

   Ante esse quadro de derrota dos exércitos mercenários em todas as frentes, faltando pouco para que o território da Síria seja retomado totalmente pelas forças do governo, a OTAN, Estados Unidos e seus vassalos do Oriente Médio, como Israel, Arábia Saudita e Turquia preparam uma guerra contra a Síria e Rússia que, se deflagrada, poderá estender-se para o leste europeu. 

    Para isso, contam com o exército turco de Erdogan, que possui mais de 400.000 efetivos e terá, obviamente, o apoio da OTAN, além das forças da Arábia Saudita e Qatar. Desde que foram derrotados no Vietnã, tornou-se uma tradição os Estados Unidos usarem os exércitos de outros países para atingirem os seus objetivos. No caso, o objetivo é o domínio do Oriente Médio, onde está sendo travada uma guerra geopolítica. Quem dominar a região terá acesso a algumas das maiores jazidas de petróleo e gás do mundo, além de anexar vastos territórios que lhe darão grande vantagem em caso de guerra com a Rússia e China. 

    Mesmo com os seus exércitos de terroristas sendo derrotados no Iraque e na Síria, a OTAN não desistirá de invadir aqueles países, e somente está esperando a volta de Erdogan da América Latina onde está testando a sua impopularidade e deixando os governos dos países visitados sob forte suspeita dos seus povos. 

    Tropas turcas e sauditas estão prontas para invadir a Síria e aguardam o sinal de Washington para dar início à invasão. De fato, tropas turcas, sauditas e de outros países vassalos dos Estados Unidos já invadiram a Síria e o Iraque, fantasiadas de facções islamitas. Estão sendo derrotadas. Agora, tudo indica, é a vez dos exércitos uniformizados. E Erdogan, ou Erdogangster, sonha em ser o grande chefe dessa nova guerra expansionista, em nome de Alá e do petróleo alheio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça o seu comentário aqui.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...