domingo, 21 de fevereiro de 2016

UMBERTO ECO




A morte de Umberto Eco simbolizou o final de uma era onde algumas pessoas que se dedicaram ao trabalho intelectual optaram pelo resgate ao humanismo através do aprofundamento nas pesquisas e estudos aliados à busca artística, em suave resistência ao intelectual específico reducionista, ao manquejante especialista, ao tedioso “expert”.

   Umberto Eco foi o principal representante desta era que está findando, em que poucos bravos ainda tentaram salvar o pensamento humano da crescente midiatização e robotização de todas as linguagens que está nos levando gradativamente a uma nova Idade das Trevas.

   Mais que um intelectual universal, com seus escritos Umberto Eco desafiou o mundo a usar novamente o raciocínio e a imaginação, desmistificou os falsos esoterismos que mascaram a nova ordem mundial massificadora, desvelou os mitos de uma história forjada pelos donos do poder e colocou em xeque as verdades oficiais.

   Umberto Eco foi o anti-Dan Brown, o inimigo da Matrix - e talvez por isso não tenha sido indicado para o Nobel de Literatura. Livros como “O Pêndulo de Foucault”, “Baudolino” e “O Cemitério de Praga” foram compostos com tamanha dose de ironia contra a hipocrisia do sistema, a par da beleza estética, que os cultores da globalização foram tomados por histérico furor ao saber seus parcos segredos desvendados para os míseros profanos.

   Pesquisou e escreveu sobre todas as áreas da cultura clássica e sentia prazer em mostrar o mundo sem adornos ou enfeites, isento de malabarismos, desnudado de mascarados e cínicos simbolismos.

   A obra de Umberto Eco é gigantesca e abarca livros de ficção, filosofia, filologia, história da arte, semiótica, história medieval, moderna e contemporânea e ensaios de interpretação de texto.

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