sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O MEDO QUE ELES TEM DO POVO


Há pessoas que pensam que derrotar a Dilma e o PT é o mesmo que acabar com o comunismo no Brasil. Vocês podem achar estranho, mas é verdade.

     São radicais de direita, acostumados com o laissez-faire da vida burguesa, que pensam que o Brasil é deles, talvez por hereditariedade desde o golpe de 1º de maio de 1964, que instituiu o fascismo no Brasil até hoje.

     Para essas pessoas, comunismo é palavrão, tamanha tem sido a lavagem cerebral que, a partir do regime militar, geração após geração, tem sido aplicada nessas classes que se acostumaram a explorar as demais classes como se isso fosse a coisa mais natural do mundo.

     Para essas pessoas – e seu nome é legião – pobreza, discriminação, desigualdade social, miséria, ausência de direitos humanos, leis que só existem no papel e tudo o mais que fede cada vez mais neste país não tem a menor importância - desde que elas, seus amigos e os amigos de seus amigos e todos aqueles que são comumente apelidados de elites oligárquicas (talvez uma expressão que eles não consigam entender) possam sempre desfrutar o melhor da vida com a exploração da miséria e do trabalho escravo.

     A pobreza é a principal característica do Brasil. Claro, temos as camadas de pré-sal, que estão sendo exploradas pelas multinacionais do setor e por uma PETROBRÁS que não chega a ser 50% brasileira, e um imenso PIB. Mas esse dinheiro reverte somente para as elites que dominam o Brasil desde os tempos do Império. O povo fica fora da distribuição da riqueza.

     Hoje, os dois candidatos à presidência da República acreditam que programas assistencialistas e um salário mínimo – para quem tem emprego – de 600 reais é um grande avanço social. Ou, pelo menos, tentam passar essa idéia grotesca para os seus telespectadores alienados do horário eleitoral.

     E essas pessoas, conforme escrevi acima, pensam que tirar o PT do poder é acabar com o comunismo, porque são completamente analfabetas socialmente e sociologicamente.

     Aliás, a burguesia brasileira, e seus seguidores abobalhados, tem como principal característica o analfabetismo. É claro que sabem ler e escrever e talvez alguns até tenham maiores graduações – ou melhor currículo, como diz o Serra, que bem os representa – mas fecharam-se completamente para tudo o que diga respeito ao estudo da realidade brasileira, latino-americana e mundial.

     Alguns dentre eles ainda conseguem raciocinar mais profundamente, como Fernando Henrique Cardoso – que vendeu a si próprio e as suas idéias pelo poder. Mas restaram os seus livros, que repudiou justamente, porque são muito bons. Ele não mais os merece.

     Mas a grande maioria desses seres são elites feudais e tão ignorantes como os feudatários da Idade Média. Pensam que o mundo foi feito para eles e não se dão ao trabalho de pensar além disso porque, para essa espécie de gente, pensar é muito trabalhoso e pode doer.

     Preocupam-se, sim, mas com as superficialidades. Estão viciados em engolir toda a desinformação que os canais de televisão aliados do submundo do capitalismo passam para eles todos os dias em gotas, entre conversas risonhas e açucaradas. E acreditam que o mundo é aquilo.

     São tão analfabetos sociais como os analfabetos das classes mais baixas. Com a diferença de que estes não tem a chance de estudar ou, se estudam, não tem a compreensão correta da realidade em que vivem, porque são mal alimentados, o que faz com que seus cérebros não funcionem direito, e preocupam-se mais com as suas desgraças diárias.

     Enquanto os elitistas oligarcas famintos de poder são analfabetos sociais porque não querem saber da realidade. Não é por falta de comida que as suas mentes não trabalham, mas por falta do alimento intelectual que os levaria – talvez – a ter uma maior compreensão e entender e amar ao próximo.

     Se vivessem há vinte séculos atrás também teriam gritado Barrabás! E condenado Jesus ao assassinato, porque não suportam aqueles que não se preocupam em passar a vida amealhando riquezas, mas pregam a divisão equitativa dos bens que a natureza fornece. A esses eles odeiam e crucificam diariamente.

     O que Lula e o PT fizeram durante esses oito anos de poder foi ceder a força moral que até então detinham, a confiança que o povo lhes tinha outorgado e a esperança de todos que ainda querem um Brasil brasileiro, em troca daquelas célebres trinta moedas.

     Deslumbraram-se com as possibilidades do poder do capital, corromperam-se como os seus antecessores, passaram a negociar com aqueles a quem antes combatiam. Foram além. Fizeram negociatas inimagináveis para um governo que se dizia dos trabalhadores, e formaram a sua própria oligarquia, que agora luta ferrenhamente com a outra facção da direita – ambos inimigos do povo – como dois cães famintos e enraivecidos lutam por um pedaço de pão.

     Também eles perderam a capacidade de raciocinar e de entender o Bem como algo que deve ser, cristamente, dividido entre todos. Fingiram-se de déspotas esclarecidos e revelaram-se apenas como déspotas envilecidos. Como os seus adversários de agora.

     Nenhum dos dois lados merece os votos do povo, a quem tentam conservar na coleira, domesticado, com algumas guloseimas de vez em quando, para ofuscar a sua realidade de escravo.

     Eles tem muito medo do povo. Por isso armam as suas polícias e os seus exércitos; se encastelam atrás de grades e de guarda-costas. Por isso temem o futuro. Temem o presente.

4 comentários:

  1. Meu Deus! quando será que o povo acordará, apesar do bombardeio dos meios de comunicação, da desinformação? Se o povo soubesse o poder que têm, se a alienação fosse um pouco superada, para lhes dar um mínimo de consciência... Tudo seria tão diferente! Ainda teimo em ter esperança. Mínima que seja. Se Deus é vida, que ela inspire nossos tão sofridos companheiros de jornada.
    Lidia.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Fausto
    Sabe de uma coisa? Eu cansei.
    É tanta ignorância, tanto jogo de poder, sei lá... estou quase jogando a toalha.
    Você, eu e outros tantos entendem o que está ocorrendo, porém, te pergunto:
    - Será que vale a pena "enxergar além"?

    É um contingente de pessoas ignorantes, idiotas profissionais (aqueles que ganham para votar, em troca de nada),é tanto ignorante sem a MÍNIMA noção por falta de estudo/educação, é tanta gente alienada, que sinto vontade MESMO de jogar a toalha.
    Estamos vivenciando o triunfo dos "aliens", pessoas que não sabem e não tem a mínima noção do que representa o voto:o que significa apor seu voto em uma urna.
    Acredito que o povo merece, porém, NÓS NÃO MERECEMOS. E SOFREMOS AS CONSEQUÊNCIAS. Acredito ainda, que uma pessoa que participou desse governo nojento, e dele saiu, e que tem a consciência do certo e do errado, não irá se vender por cargos e outras coisas. Mas ao mesmo tempo, chego a conclusão de que se buscam OUVIR os demais (partido), ignorando tudo o que viram e são testemunhas, são covardes e não merecem o nosso respeito.
    Certa vez perguntei a Uma vereadora do PT, que era fervorosamente contra a administração muncipal, a razão de não botar a boca no trombone e contar tudo o que sabia.
    Ela me disse: - O que adiantaria? E eu retroquei: - não entendo, se você sabe, qual a razão de não falar? E recebi como resposta: não vale a pena. Foi eleita Deputada estadual e reeleita agora.
    Portanto, pergunto a mim mesma: - No que devo acreditar????????????
    ABRAÇOS

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  4. Ótimo texto Fausto, parabéns!Concordo com a Lidia, nosso país seria bem melhor se as pessoas soubessem o poder que têm.

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