sábado, 3 de setembro de 2011

OS QUADROS


Estavam todos lá. Lula, Dilma, Zé Dirceu e os inumeráveis que mamam nosso dinheiro diariamente. Todos lá. Não faltou ninguém. O nome da coisa era Congresso do PT. Talvez ainda estejam lá. Um congresso não dura somente um dia. Ainda há chances. Por que pegar um por um em processos distintos?

     É claro que não é só o PT. Dizer que o PT é o único partido corrupto do Brasil é uma injustiça. A maioria daqueles partidos que formam o Congresso brasileiro são aliados, e os que não são aliados querem participar da grande aliança. Tem dinheiro para todos, novos partidos estão surgindo com a intenção de participar da festa.

     O dinheiro é nosso, mas quem somos nós? Apenas povo. E eles não ligam para povo a não ser em época de eleições. E nas eleições, todos sabemos como funciona aquela estranha máquina arrecadadora de votos, que eles chamam de urna eletrônica. Ou talvez não saibamos. Povo existe para não saber; somente para votar e ficar calado. Se for funcionário do governo deve aplaudir sempre, para garantir o emprego. Se não for, deve se contentar com futebol, carnaval e novela.

     Mas estavam todos lá. Ou estão todos lá. Festejando, discursando, trocando cheques e segredos místicos da política. É uma grande chance que não pode ser desperdiçada.

     É claro que a Veja errou ao dizer que o Zé Dirceu estava conspirando contra a Dilma. Faltou visão jornalística. Dilma é apenas um quadro, aquele que aparece para os discursos oficiais. Fazendo hora no governo, esperando o tempo passar, para depois dar lugar ao Lula, aos zés do PT, Palocci e todos os demais. Inumeráveis. O dinheiro é muito. Sobra para todos eles e para os seus aliados.

     Dilma foi escolhida para ser presidente porque não havia outro quadro disponível. Todos os outros chefes eram suspeitos de corrupção. A Dilma ainda não. Até agora. E tinha aquela estória de ter sido guerrilheira, de ter assaltado o Ademar de Barros, de ter sido torturada... Tudo isso atrai os votos dos ingênuos. Fora isso, Dilma nada. E os chefes do PT precisavam de alguém assim. Caiu do céu.

     Dilma é um quadro, nada mais. E um quadro é para ser usado, colocado ali, mudado pra lá. Mas quem manda mesmo? Lula? Zé Dirceu? Palocci? Algum general oculto nas sombras do poder?

     Provavelmente o PT também é um quadro, assim como os demais partidos que participam do jogo. Todos são quadros manipuláveis – os indivíduos e os partidos aos quais pertencem. Ganham muito dinheiro para continuarem como quadros. Ali, parados, fazendo o papel deles, com caras expressionistas ou impressionistas; alguns até cubistas, outros apenas abstratos. Mas quadros. À disposição dos donos.

     E estavam e estão todos lá. Trocando sorrisos e discursos de bem-aventurança; prometendo-se santidade e perfeição. Estavam e estão do jeito que sempre os conhecemos. Quadros na parede do poder a sorrir para a eternidade. E as mãos nos bolsos, segurando as cuecas, disfarçadamente. Todos lá. Que chance desperdiçada...!

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