sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A ESTOLA E O AVENTAL (1) – O PAPA DESOBEDIENTE



Ao contrário de João Paulo II, Bento XVI revelou-se um Papa desobediente, desde o início do seu pontificado. Uma desobediência que consistia, basicamente, em  defender os postulados e cânones da Igreja Apostólica Romana, una e indivisível, tão dividida desde Paulo VI, com um breve hiato de um mês durante João Paulo I – que declarou o firme propósito de limpar a Igreja dos elementos que a estavam destruindo e logo foi ao encontro de Deus.

         Com João Paulo II, os que manipulavam a Igreja para torná-la devidamente maleável aos seus interesses, se regozijaram. Tinham conseguido eleger um Papa amigo, um Papa verdadeiramente irmão.

E tão irmão se mostrou Karol Woytila que, ao ser levado ao pináculo do Templo, aceitou todos os reinos deste mundo, e com eles todos os poderosos e sua gigantesca mídia e tudo lhe foi dado para ajudá-los, e assim fez com o verdadeiro ardor dos amestrados, e quando finalmente morreu – porque até os muito ligados à terra morrem – recebeu a prometida beatificação no dia certo – um 1º de maio, que lembra a escravidão dos trabalhadores, Walpurgis, ou dia das bruxas, e principalmente lembra o 1º de maio de 1776, quando foi criada a Ordem dos Iluminados da Baviera, ou Illuminati - uma seita maçônica sionista que tem como objetivo dominar o mundo através de uma nova ordem mundial e que, por enquanto, domina os dirigentes dos Estados Unidos, da Europa, em sua maioria, e de muitos países latino-americanos.

O cardeal Joseph Ratzinger, que adotou o nome de Bento XVI, é um erudito que por muitos anos foi o Prefeito da Congregação Para a Doutrina da Fé. Karol Woytila (João Paulo II), em sua ânsia por ecumenismo a qualquer preço, o que resultaria na união das igrejas de todo o mundo, seitas e demais variações supostamente espirituais em uma só organização que teria como princípio básico a crença em um só Deus – exatamente como propõe a maçonaria – e esquecendo-se que isso redundaria no fim da Igreja Católica Romana, em 25 de janeiro de 1983 escreveu o cânon 1374, onde afirmou: “Quem  ingressa em uma organização que maquina contra a Igreja deve ser castigado com um pena justa; quem promove ou dirige essa associação deve ser castigado com entredito”.

Esta nova redação apresentou duas novidades em relação ao Código de 1917: a pena não é automática e não é mencionado expressamente a maçonaria como associação que conspire contra a Igreja.

     Quase desde a sua aparição, a maçonaria gerou preocupações na Igreja. Clemente XII, "In eminenti", havia condenado a maçonaria. Mais tarde, Leão XIII, em sua encíclica "Humanum genus", de 20 de abril de 1884, a qualificava de organização secreta, inimigo astuto e calculista, negadora dos princípios fundamentais da doutrina da Igreja. No cânon 2335 do Código de Direito Canônico de 1917 estabelecia-se que "aqueles que dão seu nome à seita maçônica, ou a outras associações do mesmo gênero, que maquinam contra a Igreja ou contra as potestades civis legítimas, incorrem ipso facto em excomunhão simplesmente reservada à Sede Apostólica".


     De maneira astuta e calculista, João Paulo II, ao escrever o cânon 1374, dava a entender que a maçonaria não é inimiga da Igreja e retirava a excomunhão dos católicos que pertencem àquela seita. Imediatamente, os meios de comunicação do mundo inteiro alardearam que a Igreja estava aceitando a maçonaria, o que provocou grandes festas comemorativas entre maçons e simpatizantes. Finalmente eles estavam alcançando o seu objetivo: senão a derrubada, a infiltração total na Igreja, assim como já acontecera com a Igreja Católica Anglicana, desde os tempos de Henrique VIII.

     A partir do Concílio Vaticano II a Igreja sofreu todo o tipo de pressões no sentido de reaproximação com a maçonaria, ao ponto de muitos católicos acreditarem que a entrada em uma associação maçônica era lícita. O clima generalizado de aproximação entre as teses de alguns católicos e maçons foi quebrado pela declaração de 28 de abril de 1980 da Conferência Episcopal Alemã sobre a pertença dos católicos à maçonaria. Entre outros argumentos, a Conferência explicitava:

    “Antes de tudo deve recordar-se que a comunidade dos "pedreiros-livres" e as suas obrigações morais se apresentam como um sistema progressivo de símbolos de caráter extremamente absorvente. A rígida disciplina do arcano que nela predomina reforça ulteriormente o peso da interação de sinais e de ideias. Este clima de segredo comporta, além de tudo, para os inscritos o risco de se tornarem instrumentos de estratégias que lhes são desconhecidas.”

      No entanto, em 1983, o muito irmão João Paulo II tentava derrogar, através do cânon 1374, todos os anteriores cânones que legislavam sobre a maçonaria. Em tempo, o então Cardeal Joseph Ratzinger - junto com os demais membros da Congregação Para a Doutrina da Fé - evitou que o mal se espalhasse ao escrever a seguinte Declaração, à qual João Paulo II não tinha o poder de se opor. Foi a primeira desobediência do futuro Bento VI.



CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ

DECLARAÇÃO SOBRE A MAÇONARIA


     “Foi perguntado se mudou o parecer da Igreja a respeito da maçonaria pelo facto que no novo Código de Direito Canônico ela não vem expressamente mencionada como no Código anterior.
“Esta Sagrada Congregação quer responder que tal circunstância é devida a um critério redacional seguido também quanto às outras associações igualmente não mencionadas, uma vez que estão compreendidas em categorias mais amplas.
“Permanece portanto imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçônicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas.  Os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão.
“Não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçônicas com um juízo que implique derrogação de quanto foi acima estabelecido, e isto segundo a mente da Declaração desta Sagrada Congregação, de 17 de Fevereiro de 1981 (cf.  AAS 73, 1981, p. 240-241).
“O Sumo Pontífice João Paulo II, durante a Audiência concedida ao subscrito Cardeal Prefeito, aprovou a presente Declaração, decidida na reunião ordinária desta Sagrada Congregação, e ordenou a sua publicação.
“Roma, da Sede da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, 26 de Novembro de 1983.”

Joseph Card. RATZINGER
Prefeito
+ Fr. Jérôme Hamer, O.P.
Secretário.


(Continua)

Um comentário:

  1. Muito boa e instigante matéria. Embora meu parco conhecimento sobre o assunto, ressalto as informações, de grande valia, veiculadas. Parabéns pela coragem.

    ResponderExcluir

Faça o seu comentário aqui.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...