Não
somente o Eduardo Suplicy. Quando o PT se estruturou como partido político,
englobando diversas correntes, abdicou da grande possibilidade de ser um
partido de esquerda na era pós-ditadura fardada. Logo as correntes passaram a
lutar pelo controle do partido e as mais reacionárias dominaram a ponto de o
transformarem em um partido que não consegue sequer mostrar-se reformista,
aliando-se às teses da direita, ao neoliberalismo econômico, tornando o Brasil
a principal filial do império na América do Sul.
O outro grande serviço que o PT prestou
ao capitalismo foi o de acabar com o nacionalismo militante do antigo PTB,
depois um acanhado PDT à época da volta
de Brizola e até a sua morte. O PT tomou a si a tarefa entreguista que os militares
não tinham conseguido concluir: destruir o que restava de um projeto
nacionalista iniciado com Getúlio Vargas e retomado por João Goulart, que foi
derrubado por um golpe de estado justamente por desejar o Brasil para os
brasileiros.
Não pode haver socialismo sem
nacionalismo e isto está sendo provado pela História. Um socialismo apátrida é
tudo, menos socialismo. E uma das primeiras coisas que fez o PT, já dominado
por incoerentes correntes que se imaginam de uma esquerda etérea, estéril e
iconográfica com o seu operário Lula-Lech Walessa, assumido analfabeto
político, foi um ataque histérico aos nacionalistas, na busca de espaço
político, julgando-se superior teoricamente, mas sem qualquer projeto que alie
a teoria à ação, exceto o assistencialismo que compra votos.
Entregue às multinacionais e ao
empresariado fascista, o PT cedeu ao capital em todas as frentes e, se havia
algum projeto para o país, hoje o esquece, preocupando-se apenas com a
manutenção de cargos políticos. A tal ponto se aviltou, que aliou-se à direita
oficial, dela adquirindo os vícios, formando oligarquias dentro do partido e
desnudando vergonhosos casos de corrupção.
Não somente o Suplicy, senador coerente
com os seus letárgicos e reacionários princípios, que agora traz ao Brasil uma
blogueira prostituída ao capital. Eduardo Suplicy é a máscara – como Lula foi
por muito tempo, até o instante em que é quebrado o ídolo e desfaz-se o mito
que tenta manter-se com desvairados gestos cênicos. A máscara de um partido
que, mesmo ainda contendo pessoas puras e bem intencionadas, tende a
desfazer-se em feios esgares.
Perdeu-se o PT em encruzilhadas por ele
mesmo construídas ao decidir-se adotar o modelo mexicano de um partido dono do
poder eternamente, submisso às barbáries imperialistas, que incluem corrupção e
fraude. E, ao transformar-se no partido devorador de partidos – tendências que
se tornaram suicidas – o PT estacionou. Não foi, não é e agora decidiu-se a
jamais vir a ser um partido revolucionário. No máximo, e com muito esforço
demagógico, simpatizante oficioso de causas revolucionárias de outros países.
No Brasil, o PT revela-se como a tranca de ferro não inoxidável contra o
socialismo.
Se Yoani Sánchez fosse brasileira,
provavelmente se revelaria uma festejada petista de ala moderada. Não
combateria o governo, porque não haveria o que combater, mesmo pertencendo a segmentos
da direita, secretos ou não. Com o tempo, ela e seu marido seriam convidados
para o Rotary, Lions, clubes do gênero... Ele entraria para a maçonaria e ela
receberia as imaculadas luvas brancas.
Eduardo Suplicy é mais sujo do que pau Pau de Galinheiro.
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