Certa
vez disseste, em um início de discurso: “ALCA... ALCA... Al carajo! Não me
lembro do ano, mas sei que foi na época em que eles tentavam impor a ALCA –
Aliança para o Livre Comércio das Américas, para o livre comércio deles nas
Américas. Os outros governos latinos já estavam quase se curvando, em “fase de
negociações”, e tu disseste: “Não!”. Todos estremeceram. A Venezuela dizia não.
Logo depois, a Bolívia, o Equador, parte da América Central repetiam o não. Os
grandes países em território da América Latina – Argentina e Brasil – não
souberam dizer nem sim nem não. Outros, disseram um tímido “sim”, que foi se
calando aos poucos.
Passado algum tempo, a Argentina ainda
nacionalista, concordou em dizer não. O Brasil de Lula, que se fingia de
esquerdista, continuou quieto. Traçava suas estratégias: acordos bilaterais com
os governos mais sorridentes, Mercosul, amizade explícita com o ôba, ôba do
Obama, ajudar a invadir o Haiti, navios brasileiros na costa do Líbano, Lula se transformando no Cara – quantas caras?
Percebeste logo que não era possível
contar com um Brasil tão carnavalesco.
Bolivarianismo, um socialismo diferente
dos tradicionais, baseado no amor à pátria e na defesa das suas riquezas. Uma
proposta que o povo venezuelano adotou e que foi seguida por outros países. Em
lugar da ALCA nasceu a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América –
Tratado de Comércio dos Povos, ou simplesmente ALBA – Aliança Bolivariana para
as Américas. Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, República Dominica, Equador,
Antigua e Barbuda, São Vicente e Granadinas. Pequenos países com um grande
ideal: comércio e autodefesa contra o inimigo comum.
Bolivarianismo, um socialismo tão
diferente que até os partidos comunistas mais rançosos se surpreenderam e
reagiram. O que estava acontecendo e como poderia acontecer sem uma vanguarda
do proletariado, sem o leninismo do início do século XX? Ainda não sabiam que a
força do povo é a sua própria vanguarda. A direita esperneou: “Chávez é um
ditador, mesmo que eleito, porque ser eleito várias vezes não faz parte do jogo
democrático!” A direita sempre esperneia em relação a tudo o que é novo. Tem
medo de mudanças.
Bolivarianismo, exatamente o oposto do
neo-liberalismo: saúde, educação, emprego, moradia, consciência política, luta
pela salvação do planeta, cultura, principalmente a verdadeira cultura, a que
brota do povo. E tudo isso alicerçado pelo dinheiro que vem da terra, pela
estatização dos bens naturais.
Foram poucos os líderes mundiais que
conseguiram transformações sociais em pouco tempo e raríssimos, talvez nenhum
além de ti, os que fizeram revoluções pacíficas. Para isso, é necessário muito
amor e desprendimento, diferente do individualismo que consome as pessoas neste
momento em que vivemos uma nova idade das trevas que tenta apagar o espírito.
Dizem por aí que morreste. Não liga, dá
uma daquelas tuas gargalhadas. Talvez não te ouçam por aqui, planeta dominado
por seres demasiado densos, quase tenebrosos. Agora estás livre, conversando
com Deus sobre novas revoluções; com Chê Guevara, Martí, Rosa Luxemburgo, o
velho Marx, tantos... Aprendendo novas coisas, porque a vida é eterna, bela e
revolucionária e não plácida e serena como o céu dos conformados.
parabéns pelo texto...viva la revolucion
ResponderExcluirUma homenagem digna do grande Hugo Chávez. Sempre aprendendo com o Blogueiro. Parabéns!
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