quarta-feira, 6 de março de 2013

HUGO CHÁVEZ - ETERNO REVOLUCIONÁRIO



Certa vez disseste, em um início de discurso: “ALCA... ALCA... Al carajo! Não me lembro do ano, mas sei que foi na época em que eles tentavam impor a ALCA – Aliança para o Livre Comércio das Américas, para o livre comércio deles nas Américas. Os outros governos latinos já estavam quase se curvando, em “fase de negociações”, e tu disseste: “Não!”. Todos estremeceram. A Venezuela dizia não. Logo depois, a Bolívia, o Equador, parte da América Central repetiam o não. Os grandes países em território da América Latina – Argentina e Brasil – não souberam dizer nem sim nem não. Outros, disseram um tímido “sim”, que foi se calando aos poucos.

  Passado algum tempo, a Argentina ainda nacionalista, concordou em dizer não. O Brasil de Lula, que se fingia de esquerdista, continuou quieto. Traçava suas estratégias: acordos bilaterais com os governos mais sorridentes, Mercosul, amizade explícita com o ôba, ôba do Obama, ajudar a invadir o Haiti, navios brasileiros na costa do Líbano,  Lula se transformando no Cara – quantas caras?

     Percebeste logo que não era possível contar com um Brasil tão carnavalesco.

  Bolivarianismo, um socialismo diferente dos tradicionais, baseado no amor à pátria e na defesa das suas riquezas. Uma proposta que o povo venezuelano adotou e que foi seguida por outros países. Em lugar da ALCA nasceu a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos, ou simplesmente ALBA – Aliança Bolivariana para as Américas. Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua, República Dominica, Equador, Antigua e Barbuda, São Vicente e Granadinas. Pequenos países com um grande ideal: comércio e autodefesa contra o inimigo comum.

     Bolivarianismo, um socialismo tão diferente que até os partidos comunistas mais rançosos se surpreenderam e reagiram. O que estava acontecendo e como poderia acontecer sem uma vanguarda do proletariado, sem o leninismo do início do século XX? Ainda não sabiam que a força do povo é a sua própria vanguarda. A direita esperneou: “Chávez é um ditador, mesmo que eleito, porque ser eleito várias vezes não faz parte do jogo democrático!” A direita sempre esperneia em relação a tudo o que é novo. Tem medo de mudanças.

    Bolivarianismo, exatamente o oposto do neo-liberalismo: saúde, educação, emprego, moradia, consciência política, luta pela salvação do planeta, cultura, principalmente a verdadeira cultura, a que brota do povo. E tudo isso alicerçado pelo dinheiro que vem da terra, pela estatização dos bens naturais.

    Foram poucos os líderes mundiais que conseguiram transformações sociais em pouco tempo e raríssimos, talvez nenhum além de ti, os que fizeram revoluções pacíficas. Para isso, é necessário muito amor e desprendimento, diferente do individualismo que consome as pessoas neste momento em que vivemos uma nova idade das trevas que tenta apagar o espírito.

     Dizem por aí que morreste. Não liga, dá uma daquelas tuas gargalhadas. Talvez não te ouçam por aqui, planeta dominado por seres demasiado densos, quase tenebrosos. Agora estás livre, conversando com Deus sobre novas revoluções; com Chê Guevara, Martí, Rosa Luxemburgo, o velho Marx, tantos... Aprendendo novas coisas, porque a vida é eterna, bela e revolucionária e não plácida e serena como o céu dos conformados.

2 comentários:

  1. Uma homenagem digna do grande Hugo Chávez. Sempre aprendendo com o Blogueiro. Parabéns!

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