quinta-feira, 14 de março de 2013

SEU CHICO E O BERGOGLIO 666

Jorge Mario Bergoglio, Papa Francisco I, ao lado do muito irmão e amigo general Videla, um dos maiores assassinos
da ditadura militar argentina.



- É o fim dos tempos! – exclamou seu Chico, quando nos sentamos para matear na  varanda da sua casa, logo após assistirmos a fala do novo Papa.

- Está meio friozinho mesmo, seu Chico.

- Não é pelo friozinho, criatura, que isso passa assim como tudo nesta vida – como diria uma letra de tango. É pela falta de vergonha! Não é que me vem um sujeito aqui dos costados, logo ali na Argentina, bota um anel de rubi no dedo, diz que virou Papa de repente, assim num átimo, e, ainda por cima escolhe o meu nome! Francisco! Mas não podia ser mais discreto, escolher Diego Armando, Messi ou o nome de algum daqueles ex-ditadores de quem ele era tão parceiro nas rodas de mate, como o Emilio Massera? Taí: Emilio dava um bom nome de Papa pra ele, mas Francisco...

- Não seria um nome muito santo, seu Chico. O tal de Emilio Massera foi um Almirante responsável por milhares de mortos durante a ditadura argentina.

- E eu não sei? Foi quando a Besta do Apocalipse estava se recreando aqui pelo sul das Américas. Depois é que mudou definitivamente lá pro norte. Gostou do MacDonald’s e da Dysneilândia. O senhor sabe que uma Besta do Apocalipse, por mais besta que seja, vez que outra tem que espairecer, e, como besta que é, escolheu logo o lugar oficial das bestas.

- O que eu não entendo, seu Chico, é como é que a autointitulada grande mídia ficou tão surpresa com a eleição do Bergoglio. Eles não sabem de tudo?

- E o senhor acredita que eles não sabiam? Não que eles saibam de tudo, porque quem sabe de tudo é Deus e é o que nos resta neste momento.

- E os favoritos que eles anunciavam? O Scola, o Scherer, cardeais dos Estados Unidos, Canadá, Gana e até Filipinas? Com que cara a mídia ficou com essa escolha que eles dizem inusitada?

- Com a mesma cara e ainda rindo por dentro, de nós que acreditamos neles. E agora Inês é morta e está entronizado como Papa um dos preferidos dos donos da mídia, que só é grande porque tem por trás gente com muito dinheiro que adora manipular a opinião pública, que é um dos brinquedos preferidos deles.

- E eu que pesquisei um bocado neste último mês também não me dei conta, seu Chico.

- Pois essa tal de grande mídia tem maneiras de descobrir e também de encobrir os fatos, quando lhe interessa. Saiba que o argentino que se transformou em Papa – e ainda por cima Francisco! – sempre foi o principal adversário de Bento XVI. Para não dizer inimigo. No conclave que elegeu Bento XVI, em 2005, quase foi eleito o Bergoglio e seria natural que ele fosse um dos favoritos agora.

- E ninguém falou nada, seu Chico.

- Se falassem ele seria “queimado”, como aconteceu em 2005. Então, foi encoberto por algumas fumaças escuras.

- “Queimado” por que?

- Pelos seus atos muito pouco católicos na época da ditadura militar argentina. É acusado de haver facilitado a prisão de dois jesuítas aos quais teria a obrigação de proteger – Orlando Yoris e Francisco Jalics. Além disso, o novo Papa foi citado em vários processos judiciais pela sua cumplicidade com a ditadura. Esses detalhes, e mais alguns igualmente escabrosos, estão no livro do jornalista argentino Verbitzky – “A Ilha do Silêncio”.

- Mas seu Chico, como é que um homem desses foi eleito Papa?!

- Eu é que lhe pergunto, embora tenha algumas idéias a respeito.

- Quais são?

- Foi ele quem, indiretamente, tirou o Lugo da presidência do Paraguai. E sabe como? Através da interceptação de documentos que deveriam ser confidenciais e entregues em mãos de Bento XVI. O senhor se lembra do escândalo do vazamento de documentos do Vaticano, que andam chamando de Vatileaks e coisa e tal? É coisa de mafioso, não é? Andaram prendendo o mordomo e sempre o mordomo é o culpado... Mas, na verdade, tem gente graúda por trás. Gente como o Bergoglio.

- Seu Chico, seu Chico... O senhor até pode não estar muito feliz porque o Bergoglio escolheu o nome de Francisco, mas daí a confundir o Vatileaks com a deposição do Lugo...

- Não é confusão. Às vezes eu atropelo os assuntos... Mas veja bem: um bispo do Paraguai, Dom Rogelio Livieres, entregou em mãos de Bento XVI um documento secreto em que ele avisava que o bispo e presidente do Paraguai, o Lugo, tinha “filhos segundo a carne”. Eu li isso no blog... Espere aí... “La Cigüena de La Torre”. Olhe a cópia. E isso foi em 2008. Está percebendo?

- Aqui fala em um tal Dom Pedacchio.

- E leia mais abaixo que provavelmente foi esse Dom Pedacchio que, como oficial encarregado do Congresso dos Bispos no Paraguai, passou a informação para o Bergoglio e como o atual Papa não gostava muito do Dom Rogelio Livieres, do Paraguai, deixou a informação “transpirar” – como se diz na famosa grande imprensa. E isso desestabilizou o Lugo. Na primeira chance, tiraram ele. Por isto que eu digo que, indiretamente, quem depôs o Lugo foi o Bergoglio.

- Mas e daí para o Vatileaks?

- Pois o Bergoglio não tem uma corrente de informantes, como esse tal Dom Pedacchio, por exemplo? E não deve ser só aqui pelos arredores. O senhor transponha para o Vaticano, principalmente depois que o Bergoglio perdeu a eleição de 2005 para o Ratzinger. Está pegando? Ele pode ter descoberto um punhado de coisas sobre aqueles cardeais que se viram na obrigação de elegê-lo.

- Mas, se é assim, ele vai acabar depondo a Cristina Kirchner.

- Se vacilar, até a dona Dilma, com o Lula de quebra. E veja o título desta outra matéria, que transcreve aquela em português: “A Máfia Argentina do Cardeal Jorge Mario Bergoglio”. Matéria escrita em 2011. Se fosse de agora, aquele pessoal que gosta de ler a Veja iria dizer que começou a onda de difamações, mas quando foi eleito o Ratzinger eles foram os primeiros a difamar, ou coisa que o valha. E isto porque o Bento XVI não era da turma deles, dos clubes, das Lojas... Já o Bergoglio... Quer apostar como o tal de Francisco I vai abafar o caso do Vatileaks?

- Ele tem a obrigação de revelar o resultado das investigações, seu Chico. Afinal, o Bento XVI disse que somente o seu sucessor poderia ler esse documento. E todo mundo vai cobrar do Francisco, ou Bergoglio. Era o que mais se falava antes do conclave.

- Mas olha só a televisão, vivente! Já não estão criando uma imagem beatífica do cara? Anda de ônibus, faz a própria comida, vai nas favelas, mora num pequeno apartamento, um homem simples, bom, e por aí vai... Tudo conforme o script. Se alguém voltar a falar nos documentos que revelam quem eram os corvos que faziam vazar os documentos confidenciais do Papa Bento XVI para o Silvio Berlusconi e seus capangas da imprensa, sabe o que vão dizer agora?

- O que?

- Vão dizer que já passou, o novo Papa está eleito e que aquilo não tem mais importância. E ai do bispo ou cardeal que se animar a cobrar do Bergoglio! Fora os que votaram nele, os demais devem estar bem ressabiados e falando fininho. Eu imagino como deve ter sido o conclave. O primeiro dia foi só para medirem as forças; o Bergoglio queria saber quantos votos os amigos do Ratzinger receberiam. Viu que estava fácil, que as vaidades se dividiam e foi para o segundo dia confiante. Na dúvida, falando com um e com outro – e imagine-se lá o que terá falado! – e quando ainda houve indecisão de manhã, aí pelo meio-dia, na hora do almoço, deve ter se levantado, feito uma rápida e humilde oração para que todos se aquietassem e depois falou: “Bueno, senhores, este conclave já está demorando mais que a pedida e jo quiero preguntar se, afinal de contas, vão ou não vão me eleger Papa? Tiengo comigo algunos papelitos comprobadores...” E sentou-se. De tarde foi eleito.

- A sua imaginação é algo, seu Chico!

- E quem sabe se é só imaginação? O escritor Horácio Verbitzky – aquele que escreveu “A Ilha do Silêncio” que deixa clara a participação da Igreja argentina durante os anos da ditadura que matou quase dez mil pessoas – disse, sobre Bergoglio: “Eu não conheço casos modernos de bispos que tiveram participação política tão explícita”. Veja que, na época, o Bergoglio era somente bispo.

- Mas ele não fez uma espécie de “mea culpa”, depois?

- Fez. Os tempos mudavam e, com os tempos, os donos do poder e ele queria permanecer junto ao poder. Com o Menem ele conseguiu. Já com os Kirchner... E não pense que foi só aquele caso dos dois jesuítas sequestrados, ou do Lugo traído. Ele foi cúmplice do roubo de bebês que nasciam de mães presas pela ditadura.

- E as mães?

- As mães eram assassinadas. Jogadas de aviões. Fizeram isso com centenas de pessoas. Era um dos brinquedos preferidos dos militares argentinos.

- O Bergoglio ajudou a sequestrar os bebês, seu Chico?

- Não exatamente. Mas não lhe duvido que, se fosse convidado, não resistiria à tentação. Eram prisões clandestinas, centros de tortura. Muitas das mulheres que eram presas nesses lugares estavam ou ficavam grávidas. Geralmente, eram estupradas pelos militares. Bergoglio sabia. A omissa Igreja argentina sabia e os ingênuos crentes iam pedir ajuda logo para a Igreja. Numa dessas, Alícia de La Cuadra, que foi a primeira presidente das Avós da Praça de Maio – aquelas que tiveram seus filhos e filhas assassinadas pela ditadura dos Bergoglio, Massera, Videla & Cia – solicitou a intervenção de Bergoglio para achar a sua neta, que fora sequestrada. O atual Papa deu a ela uma carta dizendo que o bispo argentino Mario Piqui intercederia no caso. E o bispo declarou que a criança teria sido adotada por um bom casal e que não haveria como voltar atrás. Este é apenas um dos casos sobre a cumplicidade da Igreja com a ditadura militar, na Argentina.

- Estou ficando apavorado, seu Chico. E lhe faço a mesma pergunta anterior: como é que uma pessoa dessas foi eleita Papa? Parece o Bórgia do século vinte e um.

- E talvez seja, e acredito que, agora, quem vai fazer a sua própria comida será o Bento XVI. Mas como ele foi eleito? Parece ser muito simples: a maioria maçônica o elegeu. E os que não são maçons e participaram do conclave foram chantageados. Não há outra explicação lógica. Nem todos os membros da igreja argentina foram colaboradores amigos da ditadura. Inclusive, muitos foram presos e mortos. Bergoglio foi um dos acusados e negou, é claro. Mas veja o que diz o jornalista e escritor Horacio Verbitzky: “Tenho detalhes de uma ilha chama El Silencio, no delta do Tigre, que foi vendida pelo episcopado argentino para a Marinha para servir como centro clandestino de prisão. Mas isso foi negado pelo cardeal perante os juízes. Ele (Bergoglio) negou fatos que eu tenho claramente documentados”.

- Mas há corroboração dessas acusações?

- Bergoglio foi denunciado pela primeira vez por crimes de cumplicidade com a ditadura em 1986, no livro “Igreja e Ditadura”, escrito por Emilio Mignone, defensor dos direitos humanos e que teve a sua filha desaparecida. E novas acusações se sucederam. Os argentinos esclarecidos devem estar mais apavorados do que nós com esse conclave que elegeu o próprio poderoso chefão. Ou a Besta 666.

- Pois eu estava olhando o nome do Bergoglio, que ofende a memória de São Francisco, e olhe só! Bergoglio tem o nome GOG inscrito, o que lembra o Apocalipse e a batalha contra Gog e Magog.

- Não será GOG de “Grande Oriente Governando”? E o Magog o senhor pode encontrar juntando o MA de Mario, embora fique um pouco forçado.

- Nada deve ficar encoberto, disse Jesus. E o 666? Ele é o Papa de número 266. Há dois seis; falta o terceiro.

- Quem sabe multiplicando o 2 pelos dois 6? Ou seja: duas vezes seis é igual a 12 e mais duas vezes seis novamente é igual a 12.

- E 12 mais 12 é igual a 24; 2+4 igual a 6! E temos o 666! Seu Chico!... Será?...

- Devemos orar muito para que não seja.

2 comentários:

  1. Nossa! Que Papa foram escolher, hein? S.Chico e interlocutor? Dessa vez as histórias terroríficas do Pontíficie não pegaram muita gente de surpresa. Pena que seja assim que caminha nossa humanidade. Parabéns pela matéria!

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  2. Excelente texto na forma, e péssimo no conteúdo. Que Deus tenha piedade de nossas almas...

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