segunda-feira, 1 de abril de 2013

CERCAR E DESTRUIR



Cercar o inimigo sempre foi a principal estratégia de todos os exércitos, e assistimos, agora, os EUA asfixiando a Coréia do Norte, com apoio do trampolim apelidado de Coréia do Sul; os EUA ampliando o cerco à China, com a militarização galopante da sua colônia que ainda se chama Japão e que, em outras épocas, já foi um país independente; os EUA cercando a Rússia através de “manobras” militares em conjunto com a Geórgia e enviando armas para a Chechênia; os EUA agredindo os países muçulmanos, principalmente Irã, Líbano e Síria, com o apoio do seu Estado vassalo Israel; os EUA tomando conta da estratégica região chamada norte da África, através dos seus primaveris mercenários e de seus súditos países europeus, cognominados de “aliados”.

  Nós, latino-americanos, já estamos cercados há muito tempo. Desde o século XIX, quando os nossos governos muito independentes optaram pela submissão. Principalmente os grandes guerreiros dos nossos governos mansamente muito independentes, responsáveis pelos golpes de estado e consequentes massacres da população desarmada, quando isso se torna necessário, uma questão de segurança nacional... dos Estados Unidos.

   Os nossos governantes tão bonzinhos bebem Coca-cola e comem cheeseburguer, gostam muito de futebol e de novelas, o que provoca uma grande preguiça mental e vontade de terceirizar o Terceiro Mundo para que os Estados Unidos da América sejam, realmente, de toda a América.

  No Brasil, cantamos, quando muito insistem, “Ouviram do Ipiranga...”, mas o Ipiranga, que já foi um belo rio, transformou-se em tímido arroio e suas margens plácidas assistem, placidamente, ao desfile dos detritos cloacais. Insistiram tanto que o nosso é um povo bom e pacífico que todos concordaram com a passividade dos domados.

  E dos medrosos. Temos medo, muito medo. Principalmente dos assassinos que entre nós circulam e tem prazer em matar crianças, invadir favelas, criminalizar a pobreza, assaltar o que deveria ser público e ainda fazer grandes promessas de um futuro sem desigualdade, cada vez mais distante.

   O nosso é um povo que se acostumou ao medo e, por falta de bravura e de esperança, entrega-se às drogas diárias da ilusão e do conformismo. Em troca da nossa cultivada covardia podemos falar incansavelmente dos heróis dos gramados e repetir as desinformações que os nossos donos nos permitem ouvir. Estamos cada vez mais acostumados a beijar mãos e lavar os pés. Deles.

   Os demais países da América Latina, em sua maioria tem povos orgulhosos das suas lutas. O nosso?

   O nosso povo assiste noticiários que dizem que os maus estão cercados e brevemente serão aniquilados por armas atômicas, caso insistam em não aceitar as ordens dos Estados Unidos e seus domesticados amigos, que necessitam muito de uma guerra que lhes dará um grande botim, um grande saque como recompensa e aliviará os seus problemas econômicos.

   Provocarão até que a guerra seja inevitável, porque existem povos que não são carnavalescos o ano inteiro.

Um comentário:

  1. Postagem à propósito sobre o que enfrenta a Coréia do norte. Informações e análise sobre o que se passa no nosso desgovernado mundo, fruto de um imperialismo cruel e seus aliados. Parabéns! Toque no ponto.

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