domingo, 31 de outubro de 2010

A CONSOLIDAÇÃO DO FASCISMO PETISTA - A VITÓRIA DA MENTIRA E A DERROTA DO POVO


Venceu a melhor organização da amoralidade, a total ausência de ética na política, o uso do dinheiro público, o maquiavelismo em sua mais alta e purificada forma.


     Venceu a política das alianças, dos conchavos, do apadrinhamento, dos currais eleitorais, da institucionalização da pobreza e da chantagem sobre a miséria do povo brasileiro.

     Venceu a subcultura da alienação popular, incentivada pela política de massificação, através da utilização de todos os métodos de propaganda subliminar dos meios de comunicação, que muito devem ao governo e com ele se acumpliciaram.

     Venceu a mentira, a fraude, a miséria moral, a total ausência de cultura, a política de destruição das instituições, o aparelhamento do Estado com o único objetivo de buscar o poder pelo poder.

     Venceu o novo capitalismo brasileiro, que já foi nova esquerda e agora se assume definitivamente como nova direita, aliado aos interesses das multinacionais, subserviente ao império comandado pelos Estados Unidos, aparelhando-se – agora definitivamente – para impor a sua política de desenvolvimento desenfreado aos demais países da América do Sul.

     Venceu o populismo, o sindicalismo vendido, a ausência de ideologias, a política de esmagamento dos pequenos partidos de esquerda – e a acomodação de alguns desses partidos a estruturas ultrapassadas de luta, preferindo compor-se com a coligação partidária que consideraram “menos ruim” -, a cooptação com a velha direita para fins de negócios e de lucro, a imposição de um estado totalitário baseado na ilusão dos votos.

     Perdeu o povo brasileiro.

     Mais uma vez, teremos um período de retrocesso político, marcado apenas por lutas pontuais, as lutas permitidas pelo agora todo poderoso Estado petista brasileiro – que domina sindicatos, ONGS, compra a mídia, destrói qualquer semente de nacionalismo e usa a pobreza, a ignorância e o semianalfabetismo da maioria do povo brasileiro, principalmente os bolsões de miséria e inconsciência política do Nordeste, como trampolim para a sua eternização.

     Erram os que pensam que Dilma Roussef foi escolhida por Lula e devido a seus caprichos pessoais. A organização do PT não permite tiros no escuro. Dilma foi escolhida depois de muita pesquisa sócio-política, muito estudo e muitas deliberações entre os próceres do PT.

     O PT não é o Lula. Ao contrário: o Lula é um dos produtos do PT. Também não é um partido aventureiro, feito de grupos esparsos e de caciques com interesses pessoais. Por trás de tudo isso há uma estrutura muito firme. O objetivo é o poder; o meio para alcançar esse objetivo é a utilização do povo como massa de manobra.

     Um dos pontos principais para a escolha de Dilma foi o sexo. O PT percebeu que dava certo, principalmente dentro do eleitorado feminino, uma presidente mulher. Assim como deu certo um presidente negro nos Estados Unidos e outras presidentes em outros países. Pela novidade, pelo impacto provocado nas pessoas, como se a cor ou o sexo fossem determinantes para uma boa política social. As pessoas acreditam nisso, principalmente quando são escravas inconscientes da vontade da mídia e totalmente despolitizadas.

     Com a escolha de uma candidata mulher para a presidência, o lugar comum “mulher vota em mulher” poderia ser utilizado com sucesso, como o foi, e a maior parte do eleitorado feminino já estaria conquistado antecipadamente.

     Outro detalhe importante que os donos do PT perceberam é que não seria mais necessário outro Lula demagógico como candidato. A maioria do povo pobre do Brasil já estava devidamente comprada pelo assistencialismo de programas como o “Bolsa Família” e se acostumando a ser amparada pelo Estado em sua pobreza crônica. Ao mesmo tempo em que o povo foi despolitizado, perdendo a consciência de que o único fator transformador da História é a sua própria união e luta e não viver de mesadas.

     Depois da fase demagógica do Lula, do ufanismo que levou o povo a acreditar que mudanças sociais viriam da vontade de uma única pessoa, do messianismo usado pelo PT em torno do carisma de Lula, era necessário um tecnocrata. Alguém que organizasse o Estado conquistado e o levasse a alcançar maiores vitórias dentro da política de crescimento a qualquer preço, tipicamente capitalista.

     Esses dois fatores estão em Dilma Roussef. É mulher – apesar de não ser simpática, bonita ou meramente atraente – e é uma tecnocrata. Assim como Lula, é um quadro do PT, um produto preparado e amadurecido para ser vendido satisfatoriamente, e por um ótimo preço, agora.

     Dilma também não é o PT. Por trás de Dilma e por trás de Lula está uma organização que vai além das pessoas e que as manipula.

     Lembro que houve uma época durante a ditadura militar, a época do chamado “milagre econômico”, durante a presidência do general Médici, em que aquele governo foi regido por tecnocratas. Também foi a época de pão e circo, como agora. Futebol, carnaval e muita repressão.

     O “milagre econômico” aconteceu, provocando um inchaço na economia que se transformou em inflação galopante, que não foi contida pelos demais governos militares – Geisel e Figueiredo – e que muito contribuiu para a desmoralização e queda do regime militar.

     Hoje, o PT faz o mesmo. Aposta no desenvolvimento acelerado, na política de exportação e de aumento a qualquer custo do PIB, sem se importar com o inchaço da bolha que explodirá em inflação, inevitavelmente, em um futuro próximo. É um governo que quer crescer economicamente porque precisa de dinheiro.

     É o que Dilma chamou de capitalismo de Estado: o Estado engorda, o povo é manipulado e conservado quieto através de favores e as políticas do partido centralizador do poder poderão desenvolver-se porque esse partido deterá o poder econômico quase total.

     Na verdade, não é nenhum capitalismo de Estado. Para que haja capitalismo é necessário que o Estado atue apenas como gerenciador dos ganhos dos empresários e não como dono de toda a economia. A lógica keynesiana do capitalismo é o Estado não interferir na economia. Quando o Estado é centralizador, não é capitalismo, mas fascismo – mesmo que não ostente esse nome.

     Por isso, o regime militar, na época de Médici, foi claramente fascista, derivando depois, na época de Geisel, para uma busca nacionalista. Mas, sem o apoio das forças civis e devido a fatores relacionados com a política internacional, como o fato de depender dos Estados Unidos, esgotou-se em si mesmo, na época de Figueiredo.

     Agora, repete-se a História. O governo torna-se fascista ao dominar o povo com futebol, carnaval, alienação total e mesadas. Controla as Forças Armadas, que estão satisfeitas com o acordo militar com os Estados Unidos e com o seu reaparelhamento também acelerado, o que fará o Brasil tornar-se a maior potência militar da América do Sul em poucos anos. Isso imporá um freio aos países que se desejam socialistas, como Bolívia, Equador e Venezuela, porque são Forças Armadas ligadas estreitamente à política internacional do império norte-americano.

     A diferença para o fascismo tradicional que surgiu nos anos ’30 é a total ausência de nacionalismo. O PT optou pelo fim das ideologias e o nacionalismo é uma ideologia que se impõe quando o Estado perde a comunicação com as raízes culturais do seu povo, com o que se poderia chamar de sentimento de brasilidade.

     E esse sentimento vai bem além de meras políticas sociais de contenção popular. É uma reação natural de um povo, que surge em seus diversos estratos sociais, quando há a percepção de que os seus valores mais originais - assim como a sua diversidade cultural e sua identificação com a pátria – estão sendo trocados por valores impostos por uma cultura externa. Como é o caso do atual governo brasileiro, que em tudo quer se assemelhar à cultura e à política dos Estados Unidos, porque depende da mídia - que se vendeu aos valores estadunidenses - para manter-se.

     Quando a República Velha esgotou-se em suas contradições, enlameada nas suas corrupções, surgiu o tenentismo, o movimento Pau-Brasil e a Semana de Arte Moderna – entre outras manifestações de resistência – que foram precursores da revolução de ’30 e do nacionalismo de Vargas.

     O PT, com Dilma Roussef, parte para a sua fase tecnocrata. Acredita que com o domínio do Congresso, com os petiscos que dá às Forças Armadas e com a alienação que amordaça o povo, além das inevitáveis alianças com as velhas oligarquias, poderá impor o seu estilo de governo, mesmo que sobrenadando na amoralidade da sua corrupção moral e física. Pensa que tem tudo sobre controle e que poderá fazer do território e do povo brasileiro aquilo que considerar como melhor para os seus próprios interesses.

     Mas não pode escapar do futuro nem eximir-se do julgamento da História através da demagogia de um Lula ou da voz pesada de uma Dilma.

4 comentários:

  1. Nada a acrescentar: você falou tudo.
    Quem viver verá......, ou não.
    abraços

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  2. Excelente análise Póseleições. Concordo inteiramente. Seguir lutando é preciso, com as armas que temos , e a palavra é a mais contundente. Parabéns mais uma vez!
    Lidia.

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