terça-feira, 2 de novembro de 2010

DILMA E SUA TROPA DE ELITE - PALOCCI


Há quem diga que a culpa da derrota de Serra foi do Aécio, que não quis se empenhar como deveria... Briga de tucano é sempre no bico.

     Outros afirmam que a omissão de Marina Silva e do PV foi fundamental para a vitória do PT. Eu não tenho dúvidas que, em cima do muro, o PV ficou apenas esperando para ver quem venceria e ofereceria o primeiro ministério.

     A política brasileira perdeu completamente o decoro. Isto, devido principalmente à curta memória dos brasileiros, que preferem todo o tipo de entorpecentes enquanto cantam “deixa a vida me levar”.

     “Ganhar no mole” e “deixa acontecer para ver como é que fica”, tem sido algumas das frases preferidas daquele brasileiro que se finge de contemplativo em todos os fins de tarde copacabânicos ou que outras praias sejam neste Brasil de muito axé e beleza apenas turística. Os dias com balas perdidas – que atingem somente os outros - estão ficando rotineiros. De noite, assiste-se aos filmes do Zé Padilha e fica tudo certo. Faz de conta que a vida é assim.

     Enquanto isto, vapores dílmicos diretamente do planalto central do Brasil - onde canta a coruja e outros bichinhos sobreviventes tentam sobreviver, enquanto seu lobo não vem - informam que Antonio Palocci volta a ser todo poderoso. Pertence à Tropa de Elite de Dilma.

     Lembram dele? Aquele mesmo. Para a nossa memória artística, tão brasileira, alguns dados a mais.

     Antonio Palocci Filho é um político de carreira. Já foi vereador e prefeito de Ribeirão Preto duas vezes. Embora seja médico, exerce, atualmente, o mandato de deputado federal pelo estado de São Paulo (2007-2011). Foi cofundador do Partido dos Trabalhadores e presidente do PT-SP (1997-1998).

     Em 2002, quando era prefeito de Ribeirão Preto, licenciou-se do cargo para se dedicar a campanha presidencial de Lula e depois para coordenar a equipe de transição governamental e assumir o cargo de Ministro da Fazenda, para o qual foi nomeado no ano seguinte.

     Atualmente, é a sombra de Dilma Roussef, o homem por trás dos bastidores do governo. Foi ele quem coordenou a campanha da presidente eleita e é ele quem está organizando a transição do governo e orientando Dilma na escolha do seu ministério.

     Mas a sua história como político profissional é recheada de acusações de corrupção.

     Somente este ano, em maio de 2010, Palloci sofreu seis ações populares que atestam propaganda irregular em 2001 em sua segunda gestão na cidade de Ribeirão Preto. Após duas ações movidas pelo deputado federal Fernando Chiarelli, o juiz André Carlos de Oliveira, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, julgou o caso, que reuniu todas as sentenças, e condenou Palocci a devolver R$ 413,2 mil aos cofres públicos, além de outros R$ 500 mil de suplementação de verba gastos com empreiteiras, valores não corrigidos monetariamente, mas a defesa afirmou que recorrerá da sentença.

     Antes disso, muitas foram as acusações de corrupção.

     - Palocci foi acusado de chefiar um esquema de corrupção da época em que era prefeito de Ribeirão Preto - SP. Através da cobrança de "mesadas" de até 50 mil reais mensais de empresas que prestavam serviços à prefeitura, o ex-ministro da fazenda alimentava os cofres do seu partido, o PT, com dinheiro ilícito.

     - Quando prefeito, Palocci foi acusado de fraudar licitação para a compra de cestas básicas, que deveria incluir a compra de uma lata de molho de tomate peneirado com ervilha - especificidade que gerou suspeita de fraude e favorecimento.

     - Seu assessor Buratti apareceu associado, em 2004, a uma suposta exigência feita por Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil, para a renovação de contrato entre a empresa GTech e a Caixa Econômica Federal. A GTech também acusa Buratti de extorsão, que este fazia em nome de Antonio Palocci Filho.

     - Em 2005, Antonio Palocci Filho se viu envolvido no escândalo do Mensalão, após ser acusado por Rogério Buratti, seu ex-secretário na primeira gestão como prefeito em Ribeirão Preto, de receber entre 2001 e 2004 R$ 50 mil mensais de propina da empresa Leão & Leão, que seria favorecida em licitações da prefeitura. O dinheiro seria usado para abastecer um caixa dois de candidatos do PT. Em junho de 2007, Buratti retirou as acusações contra Palocci. O fato causou a indignação do delegado responsável, porém as investigações continuam, uma vez que existem outras provas documentais e testemunhais.

     - Em 27 de março de 2006, Palocci foi demitido pelo presidente Lula do cargo de ministro da Fazenda. Sua situação ficou insustentável a partir da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa, testemunha de acusação contra Palocci no caso da casa do lobby, mansão alugada pela chamada "República de Ribeirão Preto" para servir de sede para reuniões de lobistas e encontros com prostitutas, conforme investigações da CPI dos Bingos.

     O ex-ministro seria processado pelo Ministério Público Federal, mas, em agosto do ano passado, por 5 votos a 4, os ministros do Supremo Tribunal Federal rejeitaram o pedido de abertura de uma ação penal contra ele.

     O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, considerou que, a despeito da ocorrência da quebra irregular de sigilo, e de os dados do caseiro terem sido mostrados a Palocci pelo então presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, não havia provas suficientes de que o ex-ministro tivesse ordenado a ilegalidade.

     Agora, Antonio Palocci Filho volta ao poder junto com Dilma Roussef, ajudando-a a compor os seus discursos e a sua proposta de governo.

     Com certeza, será nomeado para algum ministério.

     Tenho uma sensação de tédio, de déjà-vu, de desgosto, de sensaboria. Um auto exílio interno tentando se formar e, ao mesmo tempo, sendo rechaçado, mas somente levemente rechaçado. Sinto-me órfão de um Brasil que parece muito distante, cada vez mais triste, cada vez mais feio; às vezes irritante e grosseiro. Áspero. Nada a ver com a Mãe Gentil.


     “(...)Quem nos desviou assim, para que tivéssemos um ar de despedida em tudo o que fazemos?(...)”

     (Rainer Maria Rilke – “Elegias de Duíno”, oitava elegia).

2 comentários:

  1. É companheiro... Também eu, quando tive a informação atrasada de que o Palocci tinha sido o coordenador da campanha de Dilma custei a acreditar. Acrescentando o histórico do Palocci então, não há como o povo brasileiro acreditar que este seja um país sério. Compartilho com tua sensação de tristeza, melancolia. Mas acredito apesar de tudo, que a luta continua ( não aquela do companheiro Lula ). Lembra que mudanças levam séculos às vezes para que haja um pequeno ganho de mentalidade, como comprova nossa perspectiva histórica. A peteca não pode cair, ok?
    Lidia.

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  2. É CONPANHEIRO, COMO DIZ LULA....A TROPA DE ELITE DE DILMA JA TA SE FORMANDO ANTES DE ELA ESTAR NO PODER....SARNEY,PALOCCI,GENUINO,MERCADANTE,ZE DIRCEU, E DE QUEBRA A VOLTA DA CPMF...ONDE VAMOS PARAR COM OS PTralhas....

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