sexta-feira, 23 de setembro de 2011

CAI A MÁSCARA DA ONU



Em 14 de maio de 1948, a recém formada Organização das Nações Unidas (ONU) autorizou que os judeus dispersos pelo mundo inteiro invadissem a terra dos palestinos, no Oriente Médio, e formassem um Estado. O Estado de Israel. Na verdade, muito antes daquela data, judeus do mundo inteiro tinham emigrado para a Palestina, fugindo de perseguições e seguindo orientações da Organização Sionista Mundial, que desejava que o estado judeu fosse formado na terra dos palestinos.

     Quando do Primeiro Congresso Sionista, realizado em 29 de agosto de 1897, na cidade suíça de Basiléia, sob a presidência de Theodoro Herzl, discutiu-se onde deveria ser instalado o estado judeu e venceram os partidários da Palestina, com o argumento de que aquela era a região de origem de toda a identidade judaica na Antiguidade.

     Desde aquela época, realizaram-se 21 congressos sionistas até a eclosão da Segunda Guerra Mundial. Depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) a Palestina ficou sob o domínio britânico, mas logo após o término da Segunda Guerra Mundial, quando os aliados estavam decidindo qual a melhor maneira de dividir o mundo entre eles, concluíram que o sonho sionista de fundar um estado judeu na Palestina era uma justa recompensa aos seus aliados de sempre.

     Em 1945, logo após a vitória sobre as forças do Eixo, Estados Unidos e União Soviética estabeleceram um acordo que permitiu a criação do Estado de Israel. O acordo previa a constituição de um Estado judeu com 57% do território e um Estado Palestino com 43%. Os árabes rejeitaram a proposta. Naquele momento viviam no território da Palestina, 1,3 milhões de árabes e 600 mil judeus.

     Em 29 de novembro de 1947, na assembléia geral da ONU presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha, o plano britânico de divisão da palestina é aprovado. Os países da Liga Árabe (Egito, Líbano, Síria e Jordânia), rejeitaram o plano. Em 30 de novembro de 1947 se iniciou o conflito entre forças sionistas e as palestinas, ao mesmo tempo em que as forças britânicas se retiravam do território. Com a derrota das forças palestinas cerca de 400 mil palestinos foram expulsos iniciando o êxodo que continua até os dias de hoje.

     Em 14 de maio de 1948, terminou o mandato britânico sobre a Palestina, sendo proclamado o Estado de Israel. O Estado de Israel substituiu as forças britânicas que dominavam o Oriente Médio, especialmente a Palestina. Com o apoio bélico e político dos Estados Unidos puderam enfrentar vitoriosamente a revolta dos países árabes, desalojar os palestinos e murá-los em duas estreitas regiões – Cisjordânia e Faixa de Gaza.

     Hoje cai a máscara da ONU. O presidente da Palestina, Mahmoud Abbas estará pedindo, na Assembléia Geral da ONU o reconhecimento do Estado Palestino. Não somente isso. Os palestinos pedem a delimitação de seu Estado a partir das fronteiras de 1967, que incluem a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental - territórios ocupados por Israel, que rechaça veementemente a decisão palestina.

     O que é lógico, porque o único interesse de Israel é o expansionismo, jamais a limitação do seu território.

     A ONU é uma organização estranha. Os países que a ela pertencem são totalmente dominados por apenas cinco países. Assim, para ingressar na ONU é necessário obter uma maioria simples de nove votos. Mas, além disso, os cinco países que detém o poder nuclear e, por esta razão, o poder de veto – Estados Unidos, França, Reino Unido, Russia e China - é que realmente são os donos da ONU. Desta forma, se o pedido palestino for aceito pela grande maioria da Assembléia Geral da ONU, um único país que tenha o poder de veto poderá barrar esse pedido.

     E os Estados Unidos já disseram que vão vetar o pedido da Palestina.

     O sonho da Palestina de ser reconhecida pela comunidade das nações como um Estado de direito cairá por terra, mas a ONU estará desmascarada como uma organização que não tem força alguma; que representa apenas os interesses dos países que tem armas nucleares.

     A luta dos palestinos continuará, mesmo que a pedradas, porque o julgamento da História é inexorável contra os opressores.

     Mas fica a pergunta: por que o Brasil de Lula e Dilma quer entrar para o conselho de segurança da ONU, que é uma organização que somente defende o interesse dos muito poderosos?

Um comentário:

  1. Interessante abordagem sobre o território Palestino! As poucas informações que tenho sobre a Palestina, devo a este Blog, que sei não serem levianas, e sim devido a conhecimento de causa complementado por pesquisas. Parabéns pelo enfoque muito bem fundamentado. Obrigada!
    Lidia.

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