quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O VIRTUAL E O MÁGICO



O hacker que invadiu o Blog do Planalto na madrugada de quarta para quinta-feira (12-13 de outubro), além de colocar uma foto do Movimento contra a Corrupção, embaixo escreveu uma frase atribuída a Aleister Crowley: “Faze o que tu queres. Há de ser tudo da Lei”.

     Entre outras curiosidades, Crowley nasceu a 12 de outubro. De 1857. Dizem que era uma criança. Principalmente com a magia. E foi nesses brinquedos de magia – entre uma e outra visita ao guardião do umbral, o danado Chorozon – que ele teria recebido o que chamou de Liber Al, ditado diretamente por um mestre ascensionado. O Liber Al, também chamado de Livro da Lei, contêm um texto muito interessante sobre magia cerimonial e Cabala e a frase: “Faze o que tu queres; há de ser tudo da Lei”.

     Eram tempos em que o século vinte estava entrando ainda com resquícios dos iluministas, cabalistas, poetas e taumaturgos do século dezenove. Eu escrevi “poetas e taumaturgos”, porque todo poeta de verdade é, antes de tudo, alguém que “entra em contato” – assim como os taumaturgos, ou praticantes da magia cerimonial. E Crowley foi um pouco de tudo isso. Além de alpinista e bom jogador de xadrez.

     Criou a Ordem de Thelema e participou da Golden Dawn (Ordem da Aurora Dourada). Também foi um dos criadores da O.T.O. (Ordo Templi Orientis). Esteve em contato com os melhores cérebros da sua época, inclusive com Fernando Pessoa, que, como excelente poeta, também era astrólogo. Obviamente, Pessoa “entrava em contato”. Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro – os heterônimos de Fernando Pessoa, as outras pessoas do Pessoa – não surgiram por brincadeira poética.

     E foi o astrólogo e esoterista Fernando Pessoa, autor de ensaios como “O Caminho da Serpente” e “Iniciação” (Yvette Centeno, Fernando Pessoa e a Filosofia Hermética. Editorial Presença, Lisboa, 1985) que, ao ler um artigo sobre Aleister Crowley – na época, já considerado um mago maldito, porque descobrira coisas que não poderia ter descoberto – escreveu a Crowley, em 1930, explicando ao mago que a sua carta astrológica estava errada.

     Vítor Manuel Adrião, em seu livro “A História Secreta de Portugal”, descreve brilhantemente o encontro entre os dois ocultistas, porque Crowley não se deu por achado e foi a Lisboa. Naquela ocasião, os dois se encontraram, trocaram figurinhas herméticas e Crowley, depois de quase um mês em Lisboa, simplesmente desapareceu no que foi considerado o mistério da “Boca do Inferno”.

     Escreve Vítor Manuel Adrião, no livro citado:

     “...” Com efeito, a 25 de outubro, Aleister Crowley, que estivera hospedado em Lisboa, no Hotel l’Europe, com a sua companheira de viagem, Anni L. Jaeger, desaparece. Certa cigarreira, depositada sobre uma carta, é recolhida pelo jornalista e ocultista Augusto Ferreira Gomes, junto da “Boca do Inferno”, no sítio de “Mata-Cães”, quando por aí passava acidentalmente...”.

     A carta de Crowley dizia: “Não posso viver sem ti. “A outra Boca do Inferno” apanhar-me-á; não será tão quente como a tua.”

     "Hisos                                           Tu Li Yu."

     Registre-se que a companheira de Crowley, miss Jaeger, tinha viajado antes, quase fugido do hotel, por se dizer perseguida por satanistas.

     Pouco tempo depois, Crowley reaparecia em outros lugares da Europa. Interessante o detalhe de que a companheira de Crowley tinha por sobrenome Jaeger, e a banda Rolling Stones, eternamente liderada por Mike Jaeger, escreveu uma música intitulada “Simpatia Pelo Demônio” (Sympathy for the Devil) e costuma citar Aleister Crowley.

     E o que tem a ver tudo isso com o Movimento Contra a Corrupção e a invasão (pacífica, convenhamos) do Blog do Planalto?

     Acredito que várias coisas. O que são os corruptos, senão pessoas que pensam que podem fazer tudo o que quiserem, porque há de ser tudo da Lei?

     Ou seja, pessoas que acreditam na impunidade que a Lei (qual Lei? - vocês perguntarão) lhes dá. Talvez seja uma Lei esotérica, mas não é impossível que, acreditando que tudo podem fazer, os corruptos pensem que toda a sua corrupção é apoiada pela Lei; a Lei que conhecemos e que já está ficando famosa por deixar os muito corruptos muito ricos e impunes.

     Vocês já pensaram no quanto o mundo virtual tem de mágico? Formas de pensamento podem prejudicar ou auxiliar, passes mágicos podem transmutar – mas isso pode levar tempo e, em certos casos, alguns acordos satânicos são necessários. Observem quantos acordos com entidades satânicas que desejam dominar o mundo tem feito os nossos governos para dominar o povo e depredar o país. Observem com cuidado: nada mais que magia negra.

     Mas, através do mundo virtual é mais fácil. E muito mais rápido. É só conhecer a fórmula certa. Fiquei sabendo de viagens que o Lula fazia acompanhado do Paulo Coelho! Talvez para garantir a fórmula mágica certa. Antigamente, quando os reis iam fazer acordos com outros reis mais poderosos – acordos para entregar o seu país e as suas riquezas – iam acompanhados por membros do alto clero.

     Hoje, a expressão “alto clero” está ligada aos aliados do Governo. Aqueles que vendem a alma e o que mais tiverem para vender. Por um bom preço.

     E o Governo, existe de verdade ou é um engano virtual? Tenho dúvidas... Lula, Dilma e aqueles congressistas que passam a vida inteira tentando enriquecer são reais ou virtuais? Não será tudo magia? Magia virtual, como a maquininha das eleições, para enganar bobos como nós.

     Mas bobos não são os portugueses? Eu acho que nós é que somos bobos por pensarmos que os portugueses são bobos...

     Pelo menos, lá em Portugal – e em outros tantos países – as passeatas são de milhões de pessoas. Aqui, a preguiça política está ficando endêmica, principalmente porque acreditamos que os políticos é que devem fazer política. Talvez por excesso de tropicalismo – essa coisa de que organizar um movimento é igual a orientar o carnaval. Ou por complexo de Macunaíma.

     Eis aí... Estamos roubados. Literalmente.

Um comentário:

  1. Interessante postagem! Muitas informações sobre magia, Fernando Pessoa apresentado como astrólogo e mago. Como sempre toques do que se passa no Brasil. Valeu, Blogueiro!
    Lidia.

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