domingo, 26 de outubro de 2014

COMBATER O BOM COMBATE





Chamou-me a atenção a última frase de Aécio Neves no debate final destas famosas eleições. Ele cita Paulo: “Combati o bom combate, completei a corrida, perseverei na fé!” (2 Timóteo 4) Combater o bom combate, escolher o lado da Justiça, mesmo que esta esteja obnubilada por leis perversas e por juízes tendenciosos; enfrentar o mal de frente, embora sabendo que o inimigo é, por natureza, violento e cruel; e mesmo assim perseverar na fé, até quando se é injuriado, ofendido, afrontado, insultado. E “completar a corrida”, não se deixar intimidar, ir em frente, atingir a meta a que se propôs. 

   E qual foi a meta atingida por Aécio Neves? Desmascarar os deploráveis agentes da suja vida política brasileira - representada pelo PT e por seus aliados comprados. Conseguiu. Completou o caminho. Atingiu a meta. Depois de hoje nunca mais o Brasil será o mesmo. 

   Quase metade (levando-se em conta os votos nulos, brancos e as abstenções) dos eleitores brasileiros elegeram de novo Dilma para a presidência do país, e, se as eleições não foram fraudadas (o que não é impossível) fica a constatação: os eleitores que sufragaram Dilma ou são absolutos analfabetos políticos ou preferem ser cúmplices da corrupção. Sendo esta última possibilidade a correta, o que seria demasiado triste e abominável, infere-se daí que estamos nos tornando um povo debochado, cínico, desonesto, indecente, libertino, mentalmente pervertido. 

   Há a possibilidade, no entanto, de que essas pessoas que ajudaram a eleger a Dilma, em sua grande maioria ignoram completamente a realidade nacional (e, obviamente, a realidade internacional), são incapazes de elaborar um raciocínio lógico, de entender o que se passa ao seu redor e, ainda pior, se deixam levar facilmente por promessas, dinheiro e benesses em troca do seu voto, revelando a parvoíce dos domesticados. 

   Talvez a metade dessa metade de eleitores participe – por ação ou contemplação inativa – das corrupções governistas, e a outra metade é de elementos passivos e acomodados, que se acostumaram à apatia e veneram a acomodação macunaímica. Como saber? Nem o Ibope dílmico poderá fazer esse difícil cálculo. 

    O certo é que este é um dos momentos em que a caduca democracia representativa encobre a verdade, através de votos muito virtuais. E perde a sua virtude de deusa dos demagogos. Nem eles, em sua desnudada impureza, poderão resistir daqui para frente. 

    Há duas verdades ou há uma só: metade do povo brasileiro é contra a corrupção, contra o Governo hipócrita, contra o ódio, contra a mentira, contra a distorção de todos os valores, contra o burlesco Congresso Nacional e contra o Executivo que não mais o representa. 

    Os políticos profissionais tiveram uma chance e a jogaram no lixo onde deverão se esconder em seguida, logo que o povo desiludido, o povo aviltado em suas esperanças, o povo que não aceita mais ser roubado também se decidir a combater o bom combate.

Um comentário:

  1. Acho que Aécio fez tudo que podia, mas como lidar com a dúvida do que pode acontecer em um país de nome Brasil? Muito boa análise!

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