domingo, 5 de outubro de 2014

A RESPEITO DE FRAUDES





O professor de computação da Unicamp, Diego Aranha, detectou uma série de falhas de segurança nas urnas eletrônicas, entre elas a probabilidade de violação do sigilo do eleitor e a facilidade de alteração dos votos através de ataque externo (hacker) ou ataque interno (pessoas pertencentes à mesa da zona eleitoral onde ocorre a eleição).

   Aranha revelou que há somente uma chave criptografada para todas as urnas eletrônicas do país, e que, para fraudá-las, bastaria alguém especialista em computação que conhecesse a chave, contratado pelo partido interessado na fraude.

    O Brasil é um dos poucos países do mundo, senão o único, em que não se pode fazer verificação de votos após a eleição. O voto é totalmente virtual e o eleitor não recebe a comprovação física do seu voto. Não há a possibilidade de recontagem dos votos, em caso de suspeita de fraude.

     De acordo com Diego Aranha, as urnas eletrônicas apresentam gravíssimas falhas de segurança.

    Falta transparência, ou seja, ninguém da sociedade civil tem acesso aos detalhes de como os votos são contados pelo software da urna.

    Falta auditoria. Os últimos testes, realizados em 2012, quebraram o sigilo do voto com facilidade. O TSE suspendeu a realização de novos testes.

     Diego Aranha deu diversas entrevistas a respeito do nosso frágil sistema eleitoral.

    Em uma das entrevistas dada a um portal da internet, em que o professor detalhou de maneira técnica todas essas falhas, a resposta oficial do TSE foi, segundo Aranha, dizer que a sua atitude “era uma ameaça à democracia”.

     Visto o desinteresse do TSE, o professor Diego Aranha fez o projeto Você Fiscal (WWW.vocefiscal.org). A idéia é fazer com que os eleitores se mobilizem para realizar uma totalização independente dos votos. Como é direito de todo cidadão, o eleitor que quiser participar do projeto deve chegar na sua seção eleitoral antes das 17h, exigir e fotografar o Boletim de Urna (BU) e depois enviar para o site pelo email bu@vocefiscal.org.

     Ocorre que o TSE proibiu a entrada de eleitores com celulares ou máquinas fotográficas na hora de votar e dificilmente será permitido que cidadãos comuns tenham acesso aos Boletins de Urna.

    Há muito interesse na agilidade da apuração. Depois da rápida divulgação dos resultados pelos meios oficiais e oficiosos nada mais poderá ser feito, mesmo que haja fraude.

Um comentário:

  1. É... Há que ter desconfiança. Muito boa matéria! Elucidativa, porque bem embasada. Parabéns!

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