quarta-feira, 23 de novembro de 2011

“PRESIDENTA” OU CADEIA E CADEIO


Foi aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara de Deputados um projeto de lei de autoria da ex-senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), e que teve como relator o deputado Paulo Maluf, que torna obrigatório o uso da flexão de gênero “para nomear profissão ou grau em diplomas”. Obviamente, se for realmente considerado constitucional, o projeto será sancionado por Dilma Roussef – que tanto insiste ser chamada de “presidenta” e não presidente, como ensina a língua portuguesa.

     Nunca Dilma esteve tão feliz! Ela faz questão de que todos saibam que é mulher e exige dos seus seguidores, servidores e seres servis em geral que a chamem de “presidenta” e não de presidente. É um estranho feminismo à brasileira, baseado na distorção da língua e, até, na criação de uma nova língua.

     O projeto de lei obriga a remissão gratuita do diploma com a flexão de gênero a quem solicitar. Como há cerca de seis milhões de mulheres com curso superior ou trabalhando, se todas desejarem que o seu diploma seja corrigido em acordo com a nova lei, e se calcularmos o custo dessa arrumação em R$10,00 por diploma, cerca de seiscentos milhões de reais serão pagos pelas instituições de ensino superior no Brasil inteiro.

     Um dinheiro que poderia ser empregado na saúde, educação ou até no ensino correto da Língua Portuguesa – de preferência com professores vindos de Portugal para ensinar os pós-doutores do MEC. Poderiam tentar ensinar os políticos, mas seria um esforço demasiado e perdido.

     Mas não são apenas as mulheres que terão o direito de flexionar o gênero para nomear a profissão ou grau em diplomas. Os homens também. Afinal, este é um país democrático, que também dá direitos aos homens. O custo será bem maior, mas espera-se que o Cabral, dono do petróleo brasileiro, cederá essa migalha à sua presidenta muito amada.

     Se Dilma quer tanto ser chamada de presidenta, Lula, se for eleito novamente, terá o direito de ser chamado de presidento. Teremos doutoras e doutoros, bacharelas e bacharelos, puxa-sacos e puxa-sacas, e, porque não, mulheras e homenos? É uma questão de coerência.

     Como uma das intenções do Governo (ou Governa?) é destruir a cultura brasileira começando pela depravação da língua, a moda vai pegar e todos desejarão ser reconhecidos pelo seu sexo. Ou gênero. Haverá certeza de quem é homem (homeno?) e quem é mulher (mulhera?). Não restarão mais dúvidas.

     Certa vez, logo após a posse de Dilma, seu Juca me perguntou qual seria o feminino de hombridade e eu não soube responder, mas agora ficará fácil. O feminino de hombridade será mulheridade – ou mulheridada? A não ser que acabem com a expressão “hombridade” por considerarem que é demasiado machista. Tudo é possível com um submisso Congresso movido a dinheiro, ou dinheira.

     Teremos estudantas e estudantos, adolescentas e adolescentos, políticos e políticas, policialos e policialas, artistas e artistos, cientistas e cientistos, economistas e economistos, etc.

     Acostumaremos a flexionar o gênero inclusive para os animais, talvez lembrando os políticos: asno e asna, barata e barato, sango-sugo e sanga-suga... O feminino de bicho-preguiça ficará bicha-preguiça? Ou teremos nas duas casas do Congresso as bichas-preguiças e os bichos-preguiços? A propósito: gambá não se flexiona; o feminino de gambá não é gamboa. Usa-se o gambá e a gambá. Mas, caso o gambá exija seus direitos, poderá ficar gambona.

     Novas frases serão criadas, fruto(a) da(o) nossa(o) imaginação ou imaginaçona. Por exemplo:

     “A presidenta Dilma, que é mulhera, encontrou-se com o ex-presidento Lulo, que é homeno, para conversarem a respeito e a respeita das abobrinhas e abobobrinhos costumeiras e costumeiros. Na ocasiona, ou no ocasiono, Dilma bebeu uma suca de maracujina, enquanto Lulo preferiu águo sem gáso.”

     O Partido ou a Partida dos Trabalhadoros e das Trabalhadoras finalmente fará uma revolução ou revoluçona no Brasil ou na Brasila. A revolução ou revoluçona da língua ou do línguo. Todos e todas terão de escrevero e escrevera de acordo ou de acorda com a lei(o). Caso contrário ou casa contrária, serão presos e presas ou multados e multadas e, em casos e casas mais gravesas e gravesos poderão até ser enviados e enviadas para a Ilha ou Ilho das Cobras e dos Cobros. Ou para lugaros e lugaras parecidos ou parecidas, onde serão submetidos e submetidas a trabalhos e trabalhas forçados e forçadas em prol da nação ou do naçono, e passarão por um período ou uma períoda de reaprendizagem da língua mátria ou línguo pátrio, somente sendo libertados e libertadas quando souberem dizer “bip-bip” ou “bipa” e “bipo” com clareza e clarezo.

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