sábado, 5 de março de 2011

SILÊNCIO


Silêncio tenso, encolhido,
Como águia medrosa,
Entorpecida em asas esquecidas.

Silêncio esquecido, sentido,
Ansioso de olhares antigos
A desvendar solidões.

Silêncio dos sonhos e devaneios
A esconder-se eternamente
Da sua figura fantasmal.

Silêncio do desamor,
Que não chora nem mais espera
Um resto de piedade dolorida.

Silêncio das tumbas inertes,
Desesperando da falsa eternidade
E a querer gritar seu escravo silêncio.


Denso,
Espreitando sombras,
Temendo desvanecer-se
Em ruídos hostis,
Perder-se
Na loquacidade das horas...

Inebriante silêncio de cores opacas,
Preso na solidão do imenso instante...
Solícito com as reverentes vozes internas
Que o emolduram,
Insinuam,
Afogam em brasas o seu quase dizer.

Sóbrio,
Solene,
Imerso em pureza claustral.

2 comentários:

  1. Bela poesia! Ah! O silêncio! No Sentido de cada um, sempre no seu dizer silencioso. Parabéns!
    Lidia.

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  2. A melhor poesia que já escreveste !

    Carlos Costa

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